quarta-feira, 1 de abril de 2009

As 10 Qualidade de um Homem Guerreiro

Encontrei este texto nas minhas navegações virtuais, entre uma vaga e outra lá estava ele.. as 10 qualidades de um homem guerreiro, o texto é grande mas vale a pena ler:

"Se pudéssemos abrir a mente de um homem destemido, não encontraríamos nada. Ele não guarda pensamentos ou teorias. É inteiro acção, postura, corpo.
(...) Ele apenas usufrui dessas qualidades impessoais – disponíveis a qualquer um a todo momento – e se posiciona no mundo.
Para quem quiser viver como um guerreiro, eis abaixo algumas sugestões.

1. O guerreiro lidera ao servir às habilidades dos outros

Não pense que o líder é aquele que se destaca ou o que possui mais competências. O bom líder é aquele que vê potencialidades nos outros e age para que suas habilidades encontrem espaço no grupo e se desenvolvam. Ele une o melhor de um com o melhor do outro. Sabe como fazer todos sonharem e conectarem seus know-hows a um projecto significativo.
Em vez de retórica, sua arte é outra: ele é mestre da escuta. As pessoas não servem ao líder, mas ao sonho em comum e aos projectos derivados. Para que isso aconteça, o líder não faz, pois sempre há alguém que faça melhor. Ele também não manda fazer, apenas abre espaço.

2. O sucesso do guerreiro inclui o fracasso


Não se pode vencer todas
Em livros de auto-ajuda, só se fala no sucesso e suas leis e segredos. Em todos eles, o fracasso é sempre visto como uma das etapas para se atingir o sucesso. O homem guerreiro sabe que não pode confiar em um sucesso que pode dar errado. O sucesso vendido por aí traz mais frustração do que felicidade. O autêntico êxito não pode estar baseado em ideais de sucesso. A ousadia do guerreiro afirma que nosso sucesso tem de ser atingido mesmo se falharmos completamente em todas as nossas investidas.
Parece loucura, mas basta alterarmos nossa meta: em vez de dinheiro, fama e poder, podemos buscar directamente o que pensamos que vamos conseguir com dinheiro, fama e poder. Em vez de tentar alterar as configurações externas para nos sentirmos bem, treinamos nossa mente e cultivamos uma felicidade, uma consciência e uma presença cuja estabilidade independente do que acontece ao nosso redor.

3. O orgulho, para o guerreiro, é uma forma de distracção


Um mestre de meditação certo dia lançou o seguinte desafio a quatro alunos experientes: ficar em silêncio absoluto por um mês. Todos estavam indo bem, até que no último dia um deles começou a tossir incansavelmente. O aluno do lado tentou se conter, mas acabou falando: “Não tínhamos que ficar em silêncio completo?”. O terceiro imediatamente disparou: “Por que vocês dois quebraram o silêncio?”. Um pouco de silêncio e o último não resistiu: “Aha! Eu sou o único que não falou!”.
O guerreiro faz seu melhor. Sem olhar para trás com orgulho. Sem olhar para os lados pedindo aprovação. Sem olhar para frente gerando expectativas. Sempre que desvia o olhar de sua acção presente, ele se distrai, perde tempo e arranja complicações desnecessárias.

4. O guerreiro está sempre disponível


É claro que nossos projectos muitas vezes tomam todo o nosso tempo. Entretanto, ser disponível não significa ter tempo, mas ser capaz de, a qualquer momento, arranjar tempo. Se nos fechamos em nossas pequenas revoluções pessoais, não estaremos preparados para quando uma grande revolução passar ao nosso lado. O mesmo raciocínio vale para trabalhos, projectos e, obviamente, para mulheres.
Estar disponível é sinal de compaixão e liberdade. Compaixão, já que o guerreiro está sempre aberto às confusões humanas. Liberdade, pois o guerreiro pode mudar de direcção a qualquer momento, sem preparação, sem avisos.

5. A religião do guerreiro só tem um nome: liberdade

Um autêntico Guerreiro Masai.
Qualquer pratica espiritual só faz sentido se aumenta nossa liberdade diante das configurações do mundo, das imposições dos outros e, principalmente, diante de nossos condicionamentos e energias de hábito. O guerreiro treina aumentar a espacialidade para que, em qualquer situação, sempre haja saídas e caminhos alternativos. Para ele e para os outros.
De fato, o sofrimento surge da contracção, do fechamento. Um homem se suicida quando seu espaço de acção é totalmente reduzido e não lhe sobra alternativa além de um tiro na boca. Ele não vê saídas. Sabendo disso, o guerreiro está constantemente ampliando o espaço de possibilidades em seu mundo e nas vidas de todos ao seu redor. Ele vê saídas para os problemas dos outros e assim consegue ajudá-los. Sua presença aberta está sempre apontando a liberdade em tudo, para todos.

6. O guerreiro encara tudo como um sonho

O leão vem nos atacar. Ficamos apavorados e saímos correndo. Mas era tudo um sonho… Viver a vida como um sonho, ver a qualidade onírica de tudo. Essa simples metáfora do sonho causa várias transformações no guerreiro: ele não se leva a sério, ele não dá solidez às situações, ele se livra de certezas e crenças, ele age sem medo.
O guerreiro afirma que a maioria dos humanos continua dormindo no estado de vigília. Quando as coisas aparecem, reagimos de modo condicionado e corremos de vários leões de sonho. A liberação desse processo é similar a um sonho lúcido (aquele no qual, durante o sonho, você sabe que está sonhando): ser capaz de viver sabendo que tudo é um sonho. No grande despertar, o sonho não cessa. Ele apenas perde a substancialidade que antes nos aprisionava.

7. A filosofia do guerreiro tem corpo

O conhecimento desincorporado é estéril e absolutamente inútil. A filosofia do guerreiro não é senão seu corpo em acção. Em vez de guardar saberes, ele faz uso deles para se posicionar no mundo. Cada novo insight mental transforma-se em uma posição específica. Cada teoria ajusta a postura. O que importa não é o conteúdo, mas a flexibilidade que ele gera ao esticarmos nosso corpo e mente na tentativa de apreendê-lo.
Ao ouvir alguém, o guerreiro observa o corpo e aprende com ele. Ao falar, o guerreiro não está interessado em transmitir ideias e informações. Ele mira o corpo do outro. Cada palavra é um golpe – de ataque ou sedução, de violência ou carinho.

8. O guerreiro anda com a morte ao lado

Todo dia, o homem guerreiro levanta e se lembra que vai morrer. Seu primeiro e último pensamento é: todos vamos morrer. Isso tira a importância e concede leveza a seus actos. Ao manter essa lembrança, seu corpo transforma-se em um aviso aos outros: “Todos vamos morrer”. E então as pessoas realizam seus desejos e fazem loucuras ao seu redor. Elas agradecem a ele, mas ele sabe que acções assim são fruto do poder de agir com a perspectiva da morte.
Sabendo que vai morrer, o guerreiro não se distrai, não entra em discussões tolas, não perde tempo. Se a relação é medíocre, ele a abandona. Se o local se estagnou, ele se muda. Ele não desperdiça sua energia vital. Quando alguém age como se fosse imortal, ele chama a morte e a coloca face a face com ele. O homem guerreiro é parceiro da morte.

9. A única preocupação do guerreiro: oferecer suas habilidades ao mundo

Sem interesses autocentrados, sem ideal de sucesso, sob a sombra da morte, só resta ao guerreiro oferecer o que tem de melhor ao mundo. Ele associa suas artes e habilidades a grandes projectos e tenta enriquecer, como pode, esse sonho colectivo que vivemos.
O guerreiro faz de seus actos um presente a todos. Presente que entrega sem que ninguém peça. Ele também não espera elogios ou agradecimentos, apenas entrega e se vai. É isso o que fazemos aqui: nascemos, fazemos alguma coisa e morremos a seguir. Ainda que faça seu melhor, o guerreiro não guarda a ilusão de que isso seja mesmo uma grande coisa. É apenas alguma coisa, uma forma de agradecer pela oportunidade antes de morrer.

10. O guerreiro repousa além das construções


Mulheres vêm e vão. Amigos se apresentam e se despedem. Trabalhos começam e terminam. O guerreiro nunca se vincula totalmente a algo, pois sabe que tudo é impermanente. Paradoxalmente, essa mesma impermanência o faz se dedicar totalmente a cada mulher, amigo ou trabalho. Para o olhar dos outros, o guerreiro é muito activo e está fazendo mil coisas. Mas o guerreiro é imóvel. Sua imobilidade faz com que ele seja impassível, imperturbável.
Seus pés não estão nas construções que ele executa. Quando o construído desmorona, ele não cai junto. Sua consciência não se identifica com nada que surge na mente: pensamentos, emoções, ideias, medos, desejos. Tampouco ele se identifica com o que surge no corpo: doença, decrepitude, envelhecimento. Sabendo que não é nada disso, ele transita e vive tudo com intensidade.
Seu mundo é um grande cinema com incontáveis filmes em cartaz. Ele sabe que são filmes e mesmo assim escolhe entrar, rir e chorar. Adentrar todos os mundos e seres é sua prática de coragem. Lembrar, em meio ao filme, que ele está em um grande cinema – eis sua prática de liberdade. Mas como ele faz isso?
O guerreiro vê, ao mesmo tempo, o conteúdo do filme e a tela atrás. Os conteúdos se alternam. A tela é sempre a mesma. Livre de qualquer conteúdo, para que possa apresentar qualquer enredo. Sem cor ou som, para que possa mostrar todas as cores e sons. A tela é nossa verdadeira natureza.
O guerreiro sabe que somos a liberdade da qual tudo brota. É essa sua base, seu único refúgio."

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